segunda-feira, 30 de maio de 2011

O vinho brasileiro - 2

O link a seguir trata da regulamentação da D.O. Vale dos Vinhedos, sobre a qual falo em um post de uns dias atrás, veja a máteria na integra.

O vinho brasileiro - 2 - Terra - Mauricio Tagliari

O vinho brasileiro

Vejam no link a matéria sobre o vinho brasileiro no portal Terra.

O vinho brasileiro - Terra - Mauricio Tagliari

Jornalista finlandês fala sobre os vinhos brasileiros

Mais um depoimento favorável à qualidade dos vinhos produzidos no Brasil, interessante o destaque dado pelo sommelier do vídeo à busca pela vocação vinífera em ato em nossas regiões vinícolas.

Precisa lembrar que, quando critica a excessiva produção de apenas duas castas de tintos, a Merlot e a Cabernet Sauvignon, o faz pensando no posicionamento do mercado mundial do vinho, mas nós sabemos que as vinícolas brasileiras precisam vender em primeiro lugar para os...brasileiros, os quais, de modo geral, possuem um gosto ainda em desenvolvimento e uma certa tendência ao conservadorismo quando se trata de escolher o vinho, daí a "insistência" das vinícolas daqui em concentrar a produção de tintos em cima das duas cepas mais famosas, e plantadas, do mundo.
Acessem o vídeo na integra através do link da Casa Pisani abaixo.

Jornalista finlandês fala sobre os vinhos brasileiros « Blog da Casa Pisani

domingo, 29 de maio de 2011

NOÇÕES BÁSICAS DE VINHO - Vinhos Doces, como são feitos.

VINIFICAÇÃO. Antes da fermentação alcoólica o mosto, na realidade, é um líquido açucarado, a ação dos lêvedos irá transformá-lo em álcool.
Ao final da fermentação, se parte do açúcar do mosto não houver se transformado em álcool, teremos um vinho doce. Caso o teor de açúcar residual estiver acima dos 40 gramas por litro, o vinho é denominado licoroso.

Há várias técnicas que permitem produzir o vinho doce, a mais utilizada é aquela de interromper a fermentação quando já se formou a quantidade de álcool considerada desejável. Filtra-se o mosto então várias vezes e cada vez mais lentamente, utilizando-se filtros com malhas bem sutis para a retenção das leveduras.

Em certas regiões da Itália e no sul da França, as uvas são secas em grandes espaços abertos logo após a colheita, o que concentra o teor de açúcar. Os Passito de Pantalleria (ilha ao sul da Sicília), os Muscat e os Banyuls são feitos desta forma.
Atingido o ressecamento desejado a uva é submetida a uma vinificação em branco seguindo uma fermentação lenta a baixa temperatura para não provocar alterações aromáticas. Inclusive a permanência na cantina é longa porque o refinamento do vinho requer um tempo longo.
Estes tipos de vinho podem ser considerados maduros depois de três a quatro anos. Um dos exemplos mais notórios é o Vin Santo toscano que nasce das melhores uvas que são feitas passas num processo sobre esteiras ou sobre grades, tipo grelhas de forno, em geral em ambientes cobertos e devidamente arejados em todas as estações do ano. Esta longa maturação demora pelo menos três anos.

A colheita tardia (vendange tardive ou late harvest) é outra forma utilizada. Para tanto deve-se fazer a colheita algumas semanas ou meses após a data normal. A concentração de açúcar na uva (e no mosto) eleva-se consideravelmente, portanto da fermentação do mosto obtêm-se elevado teor de açúcar residual. É uma técnica muito utilizada na Alsácia (França), Alemanha, Austrália e outros países do chamado Novo Mundo.

Finalmente, se o outono for quente e úmido e as uvas permanecerem na vinha, elas podem ser infectadas e teremos então os vinhos chamados botritizados, ou seja, obtidos das uvas atacadas pelo fungo Botrytis Cinérea ou mofo nobre, ou ainda podridão nobre.
São uvas murchas e desidratadas mas com doçura acentuada e concentrada. Este mofo produz transformações tais que alteram o metabolismo dos brotos das uvas, fazendo crescer notavelmente as substâncias aromáticas. Em alguns casos é possível acrescentar álcool etílico ao mosto concentrado, para aumentar a graduação alcoólica. A vinificação é similar àquela para obtenção dos vinhos de passas. Bons vinhos doces deste tipo são também produzidos em Bordeaux e na Alemanha.

Adicionando-se álcool neutro ou vínico (aguardente) ao mosto durante a fermentação, consegue-se interrompê-la, pois as leveduras não resistem a essa alta concentração alcoólica.Com essa interrupção consegue-se mais açúcar residual, portanto, vinho doce. Obtêm-se então o vinho fortificado, cujos exemplos mais conhecidos são o Porto, o Marsala, o Madeira e os Vins Doux Naturels do sul da França.

VÁRIOS TIPOS DE VINHOS DOCES.


MARSALA. Vinho italiano fortificado com a adição de álcool vínico, usado também na cozinha e na preparação de sobremesas, com teor alcoólico entre 15 e 20%, deve seu nome ao porto de Marsala na Sicília. Existem os tipos seco, meio-seco, doce e os envelhecido: fine (1 ano), superiore (2 anos), vergine (5 anos) e riserva (o dobro do tempo fixado para as qualidades acima ex. Marsala Superiore Riserva – 4 anos).



PORTO. O mais famoso dos vinhos fortificados, é produzido em Portugal, na região do Douro, primeira região vinícola do mundo a ser demarcada oficialmente em 1756. Existem vários tipos de Porto: o Porto Branco geralmente seco ótimo aperitivo; o Porto Ruby, o mais simples de todos, de grande frescor, muito frutado é o Porto que, quando de uma só safra de ótima qualidade dá origem ao famoso Vintage; o Porto Tawny, mais complexo de cor atijolada, um pouco mais envelhecido que o Ruby, é a partir deste vinho envelhecido em madeira que chega-se aos Porto com indicação de idade (10 anos, 20 anos, 30 anos etc.).



JEREZ. Típico vinho espanhol da região da Andaluzia, pega o nome da cidade de Jerez de la Frontera, é um vinho com graduação alcóolica entre 16 e 20%, este vinho é fortificado com adição de aguardente depois de concluída a fermentação e não durante como no Porto. Existem vários tipos de Jerez (Xerez): Manzanilla, Fino, Amontillado, Oloroso e Cream, variando da cor amarela para castanho, de secos a extremamente doces, ótimo como aperitivo o tipo seco e como vinho de meditação os Cream mais doces. 

MUSCAT – VIN DOUX NATURELS. Trata-se de especialidades do sul da França que são tornados naturalmente doces pôr interrupção da fermentação mediante introdução de aguardente, de modo a produzir um vinho ligeiramente fortificado. Seu exemplar mais famoso é o Muscat de Beaumes-de-Venise, vinho branco típico de sobremesa rico e dourado, aroma de damasco e as vezes da própria uva, para beber gelado, acompanha sobremesas ou como vinho de meditação.

MOSCATO D’ASTI. Originário do Piemonte no norte da Itália este vinho branco é doce de baixa graduação alcóolica (abaixo de 10%) é obtido pôr interrupção da fermentação pôr filtragem e não tem adição de aguardente. Fresco e frutado, acompanha sobremesas e frutas.

VIN SANTO. Produzido na região da Toscana na Itália central este vinho é feito a partir de uvas que foram posta a secar durante muito tempo para em seguida ir para fermentação em branco, segue uma longa afinação na adega, o acostamento típico deste vinho é com um biscoito local chamado cantucci, excelente após as refeições.


TOKAJI. Excepcional vinho branco doce da Hungria, é produzido a partir de uvas botritizadas chamadas Aszu que são colhidas e guardadas em cestos, denominados Puttonyos, de 25 kg de peso. Estas uvas são a seguir prensadas lentamente nos centros de produção e acrescenta-se vinho branco seco da mesma safra; a unidade de medida é de um tonel de 136 litro chamado Gonci
Ao acrescentar 3 cestos de Aszu, ou seja 3 Puttonyos ao vinho seco de 1 Gonci temos um Tokaji Aszu 3 Puttonyos; caso forem 4,5 ou 6 cestos teremos vinhos cada vez mais doces: 4,5 ou 6 Puttonyos até chegar ao mais raro de todos de 7 ou até 8 Puttonyos, o mítico Tokaji Aszu Eszencia, um caríssimo néctar de cor de mel e espessura considerável. 


SAUTERNES – BARSAC. O vinho branco doce mais famoso do mundo, feito a partir das uvas botritizadas em Bordeaux, na França; as uvas cultivadas são Sauvignon Blanc e Semillon, sendo esta última a que é atacada pelo fungo Botrytis Cinérea. O vinho mais famoso de Sauternes é o Chateau d’Yquem, que pode chegar a custar alguns milhares de dólares a garrafa.

O Vinho faz bem para saúde? - Mitos e Verdades.

Vejam interessante matéria sobre a questão do vinho como benéfico para a saúde, interessante observar que o álcool (considerado o vilão da história), acaba ajudando na absorção, por parte do organismo, dos efeitos benéficos transmitidos pelos polifenois, antocianinos, resveratrol etc...vejam a matéria completa no link.

Vinhos e Mais Vinhos: Especialista esclarece mitos e verdades sobre os benefícios do vinho para a saúde

sábado, 28 de maio de 2011

Chateau Pétrus - quanto custa fazer esse vinho?



Vez em quando aparecem especulações e questionamentos sobre o custo real versus o preço de venda dos vinhos super - caros do mundo, o Chateau Pétrus é, com certeza, um deles.
Isso me faz lembrar a resposta apimentada que a Baronesa de Rothschild deu para um jornalista que tinha levantado pergunta similar, disse a dama do vinho: "Se a gente considerasse apenas o custo, nenhum quadro de Picasso, ou Rembrandt, ou de qualquer outro pintor famoso valeria mais do que U$ 200,00, mesmo considerando a moldura...".
A realidade é que o que faz o preço de venda não é apenas o custo em si, mas quanto nós estamos dispostos a pagar pelo objeto, e isso vale também para vinhos bem menos nobres.
Confiram a matéria completa no link.

Quanto custa elaborar um Pétrus, o rei dos vinhos? E por quanto ele é vendido? « De Paris – Antonio Ribeiro – VEJA.com

Angelo Gaja - um mito da enologia italiana.

Acessem o link e conheçam um pouco mais da vida de Angelo Gaja, o homem que foi o divisor de agua na região de Langhe, de Barolo e, mais especificamente, de Barbaresco.
Um mito.

se mastrioanni fosse um vinho… « mais um gole e mais um som

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Degustação as cegas na ACAV

Uma vez por mês a ACAV - Associação Cearense dos Amantes do Vinho, se reúne para degustar vinhos as cegas e pontuar com a ficha de degustação, o objetivo da brincadeira não é tanto o de "avaliar" os vinhos, mas sim ter um pretexto para encontrar os amigos, bater um papo e brincar de "juízes", nada sério demais, tanto que desconheço vinhos que tenham sofrido algum tipo de repercussão comercial após ter recebido avaliações negativas pelos "acavianos".
O evento de ontem a noite aconteceu no Restaurante Cantina de Napoli uma bonita casa de estilo italiano, comandada pelo Sommelier Rufino, por minha grata surpresa foi convidado também, pelo amigo Maurício, presidente da ACAV, assim tive o prazer de provar vinhos excelentes, um dos quais me impressionou favoravelmente, um tinto da Califórnia que não conhecia (devo dizer que não sou exatamente um "expert" em vinhos da California).


Jordan Cabernet Sauvignon 2003, o nome da fera, de Alexander Valley, essa região fica situada no Norte de Sonoma County, conta com 40 vinícolas, com produção focada na qualidade; a vinícola Jordan, no caso, fica não muito distante da cidade de Healdsburg.


O vinho que degustamos tinha uma bonita cor granada, muito típica de Cabernet Sauvignon, esta aliás foi a constante que apresentou em todos os aspectos da avaliação, um Cabernet Sauvignon feito segundo o manual, no nariz frutas vermelhas maduras integradas perfeitamente com o carvalho, notas de chocolate, pouco mentol, nota vegetal de pimentão verde muito sutil, como tem que ser.

Na boca a acidez era balanceada por taninos presentes mas em nenhum momento agressivos, de excelente corpo e volume de boca, boa persistência e retrogosto (aroma de boca) agradável e correto.

Depois de ter "descoberto" as garrafas, a degustação finalizada, alguém me disse que esse vinho tinha alcançado 94 pontos em alguma revista especializada, não admira, trata-se realmente de um Cabernet Sauvignon de pura raça, muito bom.

Só o preço que não faz parte das boas notícias, já que passa de R$ 250,00!!!!!!!!!
Depois disso já não dá nem vontade de continuar falando do vinho, apenas nos resta lamentar o preço CRIMINOSO e ABUSIVO que os vinhos custam no Brasil.
Ah, e se alguém chegar a inflar o peito para dizer que vinho é bebida alcoolica e que, portanto, precisa pagar imposto alto para desestimular o consumo, por causa do problema do alcolismo e outras fuleragem do tipo, peçam para o sujeito pesquisar o tratamento fiscal reservado à cerveja e à cachaça (alguém dúvida da força do lobby dessas indústrias? e dane-se a saúde pública), vão ter surpresas.

O Caminho do Vinho do Brasil na opinião do Sommelier Frank Kämmer

Interessante depoimento do Sommelier alemão Frank Kämmer, falando sobre os vinhos brasileiros, o mercado europeu e as diferenças entre o que vende aqui e o que vende por lá.
Lembramos que o mercado europeu em geral e alemão em especial, é muito exigente e de alta qualidade, sucesso naquele país significa reconhecimento em escala mundial, uma repercussão muito diferente, por exemplo, se comparada ao mercado chinês ou do extremo oriente, que são mercados importantes em termos de números absolutos, mas não determinantes do ponto de vista da qualidade do vinho consumido.
Em resumo a busca da tipicidade e da vocação vitivinicola é o caminho para a consagração da enologia brasileira, um rumo que defendo de forma incondicional.
Assistam a matéria completa no link. Vale a pena.

Sommelier alemão Frank Kämmer fala sobre os vinhos brasileiros « Blog da Casa Pisani

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Para Saber o Sabor dos Vinhos do Brasil

Na Expovinis participei da harmonização "Para Saber o Sabor dos Vinhos do Brasil", conduzida pelo Jefferson Sancineto Nunes, enólogo da Vinicola Pericó (além de mais uma porção de coisas), com os pratos elaborados pelo Mauro Cingolani (de Ivrea, no Piemonte, quando criança gostava muito de ir até a cidade dele de bicicleta, nossas cidades distam menos de 40 km.; naturalmente ainda não o conhecia), Diretor Técnico do Curso de Gastronomia da UCS (Flores da Cunha).
O que posso dizer é que achei muito boa a harmonização, inclusive arrojada e fora dos padrões clássicos(o que acha de stinco de cordeiro ao forno com Chardonnay?).
Muito interessante foi a satisfação dos que participaram do evento, saiba mais sobre como nasceu tudo isso através do link abaixo.


Vinhos do Brasil

Mendoza e o Segredo das Aguas

Vejam só como funciona o famoso sistema de irrigação dos vinhedos de Mendoza, aquele que utiliza as águas de degelo da Cordilheira dos Andes, matéria interessante e esclarecedora. Acesse o link.

http://tvadega.uol.com.br/video/112/%C3%81gua-o-segredo-de-Mendoza

Vini Vinci no Rio - como foi

Não pude participar do Vini Vinci, a pesar do convite não consegui, muitas viagens ultimamente penalizaram meu bolso.
Fazer o que, foi uma pena pois essa importadora reúne um dos melhores catálogos de vinhos do Brasil, completo e acessível, mesmo assim vejam as impressões de quem marcou presença e façam como eu...imaginem o quanto foi bom, sorte de quem foi.

Vini Vinci'11 - EnoEventos: o maior portal brasileiro do vinho

quarta-feira, 25 de maio de 2011

As Redes Sociais no Mundo do Vinho

Eu não vou poder participar, por outros compromissos que tenho na terrinha, mas, para quem puder, o evento é simplesmente imperdível, praticamente um manual para destrinchar o uso das redes sociais na divulgação do assunto vinho...só.
Além disso o evento paralelo Wine Bar Vinhos do Brasil vai ser pilotado pelo pessoal da FSI BRASIL, da qual  faço parte, enfim, vai ser algo muito bom de vivenciar, como falei...uma pena não participar.

Veja no link e se informe

.http://www.vinhosdecorte.com.br/o-impacto-das-redes-sociais-no-mundo-do-vinho/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+com%2FioKe+%28Vinhos+de+Corte%29

O Mundo do Vinho - Apresentação do mercado mundial

Vejam no link um jeito moderno de passar informações sobre o mercado do vinho utilizando uma apresentação rápida, fácil de ser acompanhada, mesmo por um leigo, e por nada cansativa.
É a infográfica facilitando a vida, economizando tempo e ... pondo em risco o emprego de quem não se recicla, os americanos já usam amplamente esse recurso, eu gostei.

http://youtu.be/8BIiKQH-T-o

CURSOS PARA GOURMETS FISAR

Saiu a agenda dos Cursos para Gourmets promovidos pela FISAR, na Escola de Gastronomia da UCS - ICIF, em Flores da Cunha no més de Julho.
São cursos rápidos, interessantes e baratos, direcionados aos apreciadores do vinho e aos gourmets em geral, propõem dar uma panorâmica sobre a degustação sensorial, a harmonização e noções da enografia italiana.

Sala de degustação da UCS - ICIF em Flores da Cunha - RS

Os cursos são ministrados pelo Professor e Sommelier italiano Roberto Rabachino, nas dependências da Escola de Gastronomia (foto acima) em Flores da Cunha - RS.

Veja o programa completo no link.

http://www.fisar.com/public/file-nl/AGENDA%20DE%20CURSOS%20_%20UCS%20-%20FISAR%20_%20JULHO%202011.pdf

terça-feira, 24 de maio de 2011

Vinhos e Mais Vinhos: Conheça todos os detalhes do Workshop IBRAVIN: O Impacto das redes Sociais no Mercado do Vinho

Algum dia alguém ainda haverá de me explicar porque coisas legais como essa só acontecem em lugares longe pra caramba (de mim é claro), enquanto por aqui (em Fortaleza, como o nome do meu blog sugere) as degustações são eventos fechados (com algumas poucas exceções), para panelinhas restritas, cujo acesso só é permitido se for iniciado através de algum conhecido, ...que nem conspiração.
Nada de evento aberto ao público, nem a pagamento, porque? Para não espalhar o precioso conhecimento dos iniciados? Será?
Um dia ainda vou saber porque...

Vinhos e Mais Vinhos: Conheça todos os detalhes do Workshop IBRAVIN: O Impacto das redes Sociais no Mercado do Vinho

Vinhos preciosos em leilão

Pela primeira vez, no Brasil, será realizado um leilão de vinhos raros (e caros), no Hotel Hiton Morumbi, em São Paulo, no dia 26, depois de amanhá!!

As garrafas são da adega do Canvas Bar & Restaurante e de fornecedores do Hotel, entre os rótulos a serem leiloados, vale a pena mencionar: Chateau d'Yquem 1970, La Tache de la Romanée Conti 1994, o Amarone Classico Michele Castellani 1990 e, da Espanha o Vega Sicilia Unico Gran Reserva 1981, entre muitos outros, no total serão 80 lotes de vinhos muito bons, além dos excepcionais já citados.
Embora menos conhecido haverá tambem o White Muscat 1929 Coleção Massandra, da Criméia; uma garrafa desse mesmo vinho doce foi vendida na Sotheby's de Londres, por 1.430 Libras (R$ 3.753,00).




Quem conduzirá o leilão será o conhecido enófilo Ennio Frederico, já presidente da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho - SBAV, ele garantiu que todas as garrafas estão em perfeitas condições de consumo, tanto que as que serão arrematadas no leilão serão acompanhadas por uma carta de garantia, Frederico pesquisou os vinhos e afirma que todos tem pontuação acima de 90 pontos pela Wine Spectator e Robert Parker; o catalogo já esta disponível e as garrafas expostas no local do evento.




Será então depois de amanhá, 26 de Maio, no Hotel Hilton Morumbi, na Av. das Nações Unidas, 12901 - Torre Leste tel.11 2845 0203, das 20:30 as 24:00

Vinhos de Garagem - FVLVIA

Como sempre gosto de apoiar e divulgar a vitivinicultura brasileira de qualidade não podia deixar de indicar a matéria do link sobre um excelente Pinot Noir de "garagem" do Vale dos Vinhedos, ainda não conheço, tentarei remediar em breve.

Blog do Didú - UOL Blog

Vinhos do Interior

Interessante retrato do mundo do vinho do interior paulista, uma região que, apesar de não ter muita vocação para vitivinicultura de qualidade é um importante produtor (em quantidade) de vinho de mesa.

O que a gente percebe, além da indiscutível verdade do ditado "gosto não se discute, se respeita", é que lá no campo, nos vinhedos, a percepção do vinho é diametralmente oposta aquela que nós, enófilos e profissionais do vinho da cidade, entendemos como ser a "correta".

Por isso que não é tarefa fácil, para o vitivinicultor brasileiro, produzir vinho fino de qualidade, quando a realidade que enfrenta no dia a dia é aquela descrita no texto do Silas.

Lembramos que no Brasil, geralmente, o vinho é bebido, comentado e julgado nas cidades, mas os vinhedos ficam no campo, onde aquele que almeja produzir vinhos de qualidade internacional, precisa se confrontar com as condições e a mentalidade peculiar de nosso interior.

Posso acrescentar, com a experiência de quem conhece bastante bem a Serra Gaúcha, que mesmo na mais importante região produtora do Brasil, a mentalidade não é tão diferente daquela descrita no texto.

Vinhos bons e baratos!: Vinho do interior, nem adianta torcer o nariz.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Conheça a ação das leveduras na produção do vinho

Matéria técnica, bem resumida e fácil de ser entendida, ajuda a compreender melhor a ação das leveduras na produção do vinho. Muito interessante.

ADEGA | Vinho - 23.Mai - Pesquisa revela ação do levedo utilizado na produção de vinho

Terra Andina Cabernet Sauvignon 2009

A Terra Andina é uma vinícola que pertence ao grupo Santa Rita e Carmen, um gigante da enologia chilena que, como é praxe naquela região, produz desde os varietais de boa relação custo - benefício com denominação do Vale Central, até os grandes vinhos degustados e pontuados nos melhores concursos mundiais.


O Cabernet Sauvignon Terra Andina, objeto dessa degustação é um D.O. Vale Central, com teor alcoólico de 13,5º GL, trata-se de um vinho de uma bela cor rubi não muito intensa, sinal de uma não excessiva extração e de uma maceração não muito longa (o rubi acentuado, a pesar de não ser a cor padrão varietal do Cabernet Sauvignon, é comum nos vinhos que estagiam em barrica, sobretudo quando relativamente novos).

Ao nariz revelou aromas típicos do varietal, de fruta vermelha madura, apesar da madeira se sobressair, a ponto de anular quase o pimentão verde, característica nota herbácea do Cabernet Sauvignon, ficaram perceptíveis toques de mentol que podemos  atribuir ao uso de barricas de carvalho americano.

Na boca é franco e intenso, seco com boa acidez e bastante encorpado, de boa persistência.

Gostei do vinho e achei excelente companhia pelo T-Bone que assei para o almoço do Domingo.

No Brasil é importado pela Vinci de São Paulo que, a propósito, a partir de hoje estará apresentando ele e muitos outros vinhos no evento Vini Vinci, que acontece a cada dois anos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em Fortaleza pode ser adquirido na Empório do Pão, no Shopping Pátio Dom Luiz (não lembro o preço mas deve ser algo por volta de R$ 40,00, boa relação custo - beneficio) além de estar na carta de vinho de vários restaurantes da cidade.

domingo, 22 de maio de 2011

HORIZONTAL SAFRA 99 CHATEAUX DE BORDEAUX VERSUS SUPER ITALIANOS

Na sexta feira 13, (data esquisita para isso) participei, junto com meus colegas alunos do Curso de juiz de vinho da FISAR, de uma degustação ESPETACULAR, comandada pelo sommelier italiano e "Nostro Maestro" Roberto Rabachino.
Nada menos que uma degustação horizontal da safra de 99 (mítica) de vinhos daqueles que os comuns mortais (enofilos) como eu, tomam poucas vezes na vida; a degustação foi uma contraposição entre Bordeaux e Italia, os vinhos eram degustados em dupla, embora não de forma competitiva, harmonizando com o almoço oferecido pelo restaurante da Escola de Gastronomia da Universidade de Caxias do Sul, em Flores da Cunha.

O anfitrião dessa fantástica degustação foi o simpático Wander Weege, dono da Vinícola Perico', de Sao Joaquim (SC), que alem do filho Martin, trouxe, de helicóptero, para prestigiar o evento o jornalista Sergio Inglês de Souza e outros ilustres convidados.
Para abrir o ...apetite foi servido um espumante italiano de primeiro nível, Giulio Ferrari 100% Chardonnay da safra 1997, uma obra de arte, prometia ser o preludio de algo excepcional, mas infelizmente os dois Champagnes que se seguiram estavam oxidados e não conseguiram acompanhar a excelência do grande italiano, para conhecimento os Champagnes eram, pela ordem, uma Krug Clos de Mesnil 90 e uma Dom Perignon 95, e bote pena nisso.
Aí fomos para a peleia dos 99, os dois primeiros a entrarem na arena foram o Chateau Latour (85% Cabernet Sauvignon e 15% Merlot) versus o Sassicaia 99 (80% Cabernet Sauvignon e 20% Sangiovese).
Pelas primeiras impressões de alegria do Maestro Rabachino, percebemos que o italiano tinha largado na frente, mais franco e aberto, assim que foi colocado nas taças já mostrou a que veio, enquanto o francês ainda parecia adormecido,.

Infelizmente para nos enófilos patriotas, foi só questão de pouco tempo, assim que o desavergonhado Chateau começou a dar volta nas taças, começou a crescer, e como crescia, exuberante, nítido, o bouquet complexo, aromas terciarios inesquecíveis com a fruta madura presente e possante; não poderia definí-lo uma criança, mas um atleta no pleno de sua potencialidade com anos de carreira pela frente; logo o Sassicaia, que também era um gigante, ficou em desvantagem e acabou perdendo a disputa aos pontos, foi emocionante mas tivemos que dar "chapeau" para o mais completo Latour.



A segunda "disputa" foi uma covardia, escalado como oponente, o Tignanello (80% Sangiovese, 15% Cabernet Sauvignon e 5% Merlot), infelizmente apenas serviu de "sparring partner" para sua majestade o Chateau Margaux (45% Cabernet Sauvignon, 45% Merlot e 10% Cabernet Franc e/ou Petit Verdot, dependendo da safra); este ultimo francês, após 20 ou 24 meses de barrica e anos a fio de garrafa foi um vinho SECULAR, encorpado, com taninos maduros e sedosos; na boca não teve igual, literalmente acabou com o Tignanello que merecia sorte melhor, e geralmente seu desempenho e' digno de tais desafios, mas desta vez foi a nocaute, o Margaux estava impossível, penso se tratasse de uma garrafa realmente especial, pois o bouquet desse vinho na taça ficou realmente inesquecível.



Para nós italianos a coisa estava ficando feia, ainda mais agora que a terceira, e última, dupla previa nada menos que outro grande do Medoc, o Chateau Haut Brion (45% Cabernet Sauvignon, 45% Merlot e 10% Petit Verdot), aquele da garrafa rebelde, versus o aristocrático, porém muito mais barato, Rei dos Vinhos e Vinho dos Reis, o Barolo Pio Cesare, 100% Nebbiolo da Barolo, 36 meses de Botte Grande, 12 de garrafa, produzido pelo enólogo Donato Lamenti, já ganhador do Oscar do Vinho 2009
Rabachino e eu estávamos já bastante resignados a levar outra surra, quando, para surpresa geral, o Barolo, filho da nossa terra piemontesa, resolveu levar alto seu grito de guerra, apresentando uma cor praticamente marrom (nos Barolos de safras antigas isso não e' defeito, alias e' praxe), um bouquet muito rico de especiarias, couro, tabaco, notas claras de eucalipto e violeta, divinamente complexo, porém nítido, na boca os taninos, outrora duros e agressivos, deslizavam macios, quase doces, um vinho no pleno da força e com futuro estupendo (não muito longo porém); o Haut Brion ate que se esforçou, mas essa garrafa de Barolo estava realmente acima em sua complexidade e evolução.

Como disse no começo, a custa de parecer repetitivo e prolixo, ocasiões como essa poucas vezes acontecem na vida, por isso não posso deixar de expressar o meu obrigado para todos que colaboraram para realização de brincadeira tão prazerosa e marcante, a isso acrescento o prazer de ter conhecido o Wander Weege, simpática figura do cenário enológico nacional e pessoa generosa e jovial.

sábado, 21 de maio de 2011

NOÇÕES BÁSICAS DE VINHO - A Conservação



Um ambiente natural constante é a característica melhor para guardar o vinho. Mudanças de temperatura podem prejudicar o vinho, assim como qualquer movimento (incluindo vibrações) e pouca umidade.
Luz solar e/ou artificial diretas são prejudiciais ao vinho.
As garrafas devem ser guardadas na horizontal ou com uma inclinação tal que deixe a rolha úmida, pois se esta ressecar pode encolher e expor o vinho ao ar causando oxidação.
A temperatura ideal de se guardar o vinho é 11o C, mas uma temperatura de 5 a 18o C não será prejudicial; temperaturas erradas são perigosas, o vinho amadurece mais rápido em temperatura mais altas e mais devagar em temperaturas mais baixas.

-          Vinhos bem antigo e de qualidade podem ser bebidos com segurança.
-          Uvas brancas que envelhecem bem: Chardonnay, Riesling e Sémillon.
-          Os tintos Cabernet Sauvignon, os feitos a partir da Sangiovese com algum envelhecimento ( Brunello, Nobile di Montepulciano, Chianti Clássico Reserva), Merlot e Syrah se beneficiam com o envelhecimento.
-          Muitos dos vinhos mais baratos são feitos para serem consumidos em pouco tempo da safra de colheita: um ano para os brancos e dois - três anos para os tintos. 

TEMPERATURA DE SERVIÇO


TIPO DE VINHO
TEMPERATURA DE SERVIÇO
BRANCO DOCE
  4 – 6o C
BRANCO MEIO DOCE
  4 – 6  

BRANCO SECO LEVE

  6 – 8  
BRANCO VERDE
  6 – 8  
BRANCO SECO ENCORPADO
  8 – 10 ”
ESPUMANTE DOCE
  4 – 6  
ESPUMANTE MEIO DOCE
  4 – 6  
ESPUMANTE SECO / BRUT
  4 – 8  
ROSÉ DOCE
  6 – 8  
ROSÉ SECO
  6 – 10 “
TINTO LEVE
12 – 16 “
TINTO VERDE
12 – 14 “
TINTO BEAUJOLAIS NOUVEAU
12 – 14 “
TINTO ENCORPADO
16 – 20 “
GRANDES TINTOS ENCORPADOS
20 – 22 “
PORTO TINTO
16 – 20 “
PORTO BRANCO
10 – 14 “
JEREZ
10 – 14 “




Presença importante de rótulos brasileiros no mundo

Mais uma demonstração que os vinhos brasileiros, apesar de certo preconceito cultivado por algum enófilo, são dignos de ganhar o mundo de cabeça erguida.

No Savoy « Confraria do Sagu Santa Cruz do Sul / RS

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Il Sommelier Video super-divertido

Divertida performance do comediante italiano Antonio Albanese
na parodia de um sommelier levemente desajeitado, muito divertido.

Il Sommelier | Peripécias

PROGRAMA E POR FALAR EM VINHO...ASSISTA AGORA

Para quem perdeu (como eu) o programa do Canal Rural E POR FALAR EM VINHO, que estrou Domingo, pode acessar através do link que assistirá na integra, agora, vale a pena, recomendo.

Vinhos do Brasil

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vini Vinci 2011

Últimas noticias sobre a Vini Vinci, veja o destaque de alguns excelentes produtores que estarão no evento que a importadora paulista organiza nas datas de 23 de Maio no Rio de Janeiro, no Sofithel e em São Paulo, no Grand Hyatt, nos dias 24 e 25.
Como não tem venda de ingressos no local, precisa providenciar antes, o telefone de contato da Vinci é 11 2797 0000.
É bom se apressar, pois o evento será muito interessante.

Vini Vinci 2011 «

O MELHOR CURSO BÁSICO DE SOMMELIER DO BRASIL - FISAR

Estão abertas as inscrições para aquele que eu considero o MELHOR CURSO BÁSICO DE SOMMELIER DO BRASIL, em primeiro lugar porque conheço e já cursei, mas tem outros motivos que vou elencar a seguir:

O ministrante do curso, o sommelier italiano Roberto Rabachino, e' um dos sommelier mais conceituado no cenário internacional, já foi bi-campeão mundial e tem bagagem invejável alem de ter uma excelente didática.

Os professores que dão suporte com as aulas específicas, são profissionais altamente gabaritados, o Edgar Scortegagna, responsável pelas aulas de iniciação a enologia, e' Doutor em Enologia, formado pela Universidade de Trento e Udine, na Italia, alem de ser o responsável técnico da Vinícola Luis Argenta, conhecimento e' que não lhe falta.

A Roberta Boscato e' Engenheira Agrônoma, responsável pelos vinhedos da vinícola de família, muito competente e preparada, excelente anfitriã nas visitas técnicas nas vinícolas da região.

Alem de tudo isso, o maior diferencial, a meu ver, e' que o curso da FISAR e' desenvolvido dentro de uma área vinícola que, nos últimos anos, foi responsável por um crescimento espetacular, tanto do ponto de vista comercial, como tecnológico e qualitativo, a Serra Gaúcha.

Alem disso os vinhos degustados ao longo do curso são vinhos do mundo todo, inclusive de regiões de primeira linha, como Chablis, Bordeaux, Toscana, Piemonte e Novo Mundo em geral, alem daqueles que acompanham o almoço harmonizado preparado pelos chefes (alunos) do Curso de Gastronomia da Universidade de Caxias do Sul, servido no restaurante modelo ao lado da sala de aula.

Recomendo esse curso e sugiro que recolham mais informações através do link abaixo:

terça-feira, 17 de maio de 2011

I.G. Indicação Geografica e D.O. Vale dos Vinhedos, uma conquista do Brasil

No mundo inteiro, uma das maneira de proteger e garantir a qualidade de um produto é parametrizar as regras de produção, com base na qualidade e formalizar tudo isso numa Indicação de Procedência.
Pautados nisso os vitivinicultores das cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, criaram a primeira Indicação Geográfica de vinho do Brasil, o Vale dos Vinhedos, já faz alguns anos.




O sentido de uma Indicação Geográfica é demonstrar que um produto é patrimônio regional, onde normas e regras especificas estão organizadas para preservar sua identidade, principal critério é que dito produto faça parte da cultura regional do povo e esteja dentro de uma determinada área demarcada.


Podemos então afirmar que uma I.G. não surge, ela já existe e é reconhecida, apenas aguardando o reconhecimento e a oficialização por parte dos órgãos competentes.
Quem são então esses órgãos? No caso da I.G. Vale dos Vinhedos as regras foram definidas pela APROVALE - Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, junto a assessores técnicos e jurídicos, representantes da EMBRAPA, da Universidade de Caxias do Sul e da UFRS; após exaustivo trabalho de regulamentação a I.G. seguiu para o INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial, onde foi aprovada.
A identidade da I.G. Vale dos Vinhedos, está nas variedades de uvas permitidas e nas maneiras de elaborar o vinho, além das características organolépticas de aroma e sabor que representam a tipicidade do Terroir do Vale, reconhecível em cada garrafa marcada I.G.



Existem importantes diferenças entre uma I.G. e uma D.O. Denominação de Origem, mesmo se ambas são classificações que pertencem a determinada região; enquanto a Indicação de Procedência, se relaciona com o nome geográfico da localidade onde o produto é reconhecido e faz parte do patrimônio cultural, a Denominação de Origem vai mais fundo, quando é reconhecida, passa a ser o "nome" deste produto (o nome Chianti lembra alguma coisa? não existem localidades com esse nome na Toscana), todas as características, como qualidade, estilo e sabor tem ligação direta com a terra, as pessoas e a história da região.
As regras são muito mais rígidas e especificas, englobando não somente o tipo de uva a ser utilizado, mas as quantidades máximas que podem ser colhidas e o tipo de vinificação permitido.
Se para ostentar o selo da I.G. Vale dos Vinhedos, as vinícolas devem elaborar vinhos finos tintos, brancos e espumantes com requisitos específicos, para a D.O. apenas algumas uvas são admitidas, sempre de "Vitis Vinifera", identificando a Merlot como varietal principal, embora possa ser vinificada em blend com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat.
No caso das uvas brancas a D.O. elege a Chardonnay como varietal mais emblemático e, como complementar, a Riesling Itálico.
Para espumantes, considera-se também a Pinot Noir, vinifacada em branco para base espumante.

Obviamente para todos os vinhos sujeitos a D.O. 100% das uvas devem ser cultivada nas limitações geográficas do Vale dos Vinhedos, as videiras somente poderão ser plantada em espaldeira e, no geral, não pode ser ultrapassada a produção de 10 Ton./Hectare para vinho e 12 para espumante; tudo sujeito a comprovação e fiscalização por parte da APROVALE, através do Conselho Regulador da Indicação Geográfica, formado por representantes das vinícolas associadas, órgãos de pesquisa e ensino e consumidores.
A regulamentação final da D.O.Vale dos Vinhedos está prevista para esse ano de 2011.



RESUMO DAS REGRAS DA D.O. VALE DOS VINHEDOS:

Uvas permitidas (100% colhidas dentro da área geográfica da D.O.):

- Uvas tintas permitidas: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat e Pinot Noir (vinificado em branco para base espumante)

- Uvas brancas permitidas: Chardonnay e Riesling Itálico

Vinhos elaborados com selo D.O.:

- Tintos: Merlot varietal 100% ou assemblage com 60% (mínimo) Merlot em blend com Cabernet Sauvignon
 e/ou Cabernet Fran e/ou Tannat.

- Brancos Tranquilos: Chardonnay 100% varietal ou assemblage com 60% (mínimo) Chardonnay em blend com Riesling Itálico.

- Espumante: (SOMENTE CHAMPENOISE) base mínima de 60% Chardonnay e/ou Pinot Noir (vinificado em branco) em blend (facultativo) com Riesling Itálico.

Todo produtor que deseja que seu vinho receba o selo da D.O. precisa submetê-lo a análises especificas em laboratório autorizado pela Aprovale, bem como passar por um teste organoléptico através de degustação conduzida por enólogos especializados.
Não há dúvida que esse caminho, embora demorado é o melhor possível para agregar valor ao produto de uma terra e a cultura de um povo, passo importante no âmbito do reconhecimento mundial, tomara que mais iniciativas como essa possam surgir, no campo da gastronomia como um todo, ao longo do Brasil, para crescermos mais ainda em termos de produção de qualidade.  

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Bio vinho: A fermentação dentro da uva

Essa é matéria técnica, porém muito interessante e enriquecedora, recomendo sem dúvida.

Bio vinho: A fermentação dentro da uva

DEGUSTAÇÃO DE VINHOS DO BRASIL NA SUIÇA

Vejam na matéria a boa receptividade dos vinhos brasileiros em degustação ocorrida em Zurique, na Suíça, importante destino comercial de muitos vinhos produzidos no Brasil.

Ibravin - Instituto Brasileiro do Vinho

CRU BOURGEOIS

Veja também a explicação sobre esta outra denominação Bordalesa, Cru Bourgeois.

Vinhos Franceses: O que quer dizer “Cru Bourgeois”? : Vivendo a Vida

PETITS CHATEAUX

Veja interessante e simples explicação sobre o significado da denominação Petits Chateaux, na verdade existem muitos excelentes vinhos produzidos por Petits Chateaux, o problema é que a denominação é um tanto quanto genérica, por isso precisa conhecê-los e isso somente é possível lá em Bordeaux.

Vinhos Franceses: O que quer dizer Petits Chateaux? : Vivendo a Vida

O TANNAT DO BRASIL SURPREENDE NA ALEMANHA

Vejam o resultado dos tannats brasileiros que se destacaram na Alemanha, acredito que o vinho brasileiro seja realmente de boa qualidade, prefiro pensar que certa pouca consideração por parte de algum enófilo seja decorrente de falta de conhecimento, por isso aconselho, faça uma viagem as regiões brasileiras do vinho, percorra as vinícolas e deguste em companhia dos produtores, ao voltar sua opinião terá mudado, radicalmente.

Blog Enodeco » TANNATS BRASILEIROS SÃO ELOGIADOS NA EUROPA.

domingo, 15 de maio de 2011

Degustação à moda Chinesa

Ao preocupado Mario Trano, conterraneo do blog Mondovinho:
Mario non ti preoccupare, veja a técnica de degustação mais utilizada na China.


NOÇÕES BÁSICAS DE VINHO: O Afinamento

É preciso ter em mente que existem vinhos que estão prontos para serem bebidos logo após a sua elaboração, e outros que , por evoluírem com o passar do tempo, devem ser conservados para demonstrarem todo o seu potencial : os "vinhos de guarda". Os melhores, de maior estrutura, chegam a durar até 50 anos.

A grande maioria dos vinhos consumidos enquadra-se na primeira categoria, e são os brancos em sua maioria, os rosés e os tintos leves. Assim, os Beaujolais, os Bardolinos, os Valpolicellas e muitos outros, devem ser bebidos na sua juventude, quando expressam todo o seu frescor, pois só perdem atrativos quando guardados. 
É , quando muito, uma meia verdade dizer que "quanto mais velho, melhor o vinho", a expressão só é válida para uma pequena parcela deles, como os grandes Bordeaux, os Barolos, os Brunellos, por exemplo, todos passíveis de amadurecerem e envelhecerem bem.

Vejamos primeiro as propriedades especiais da madeira. Certos vinhos, obtidos de uvas de elevada qualidade e provenientes de vinhedos especiais, ao permanecerem em contato com a madeira, adquirem elementos que lhe conferem maior estrutura e maior durabilidade no tempo.
Um vinho afinado (maturado) na madeira adquire também aromas particulares derivados da mesma madeira. Agradabilíssimos se bem dosados, mas cansativos nos casos em que ocorre um excesso na utilização dos barris. Tais excessos se traduzem na produção de garrafas onde os perfumes de madeira encontrados superam e cobrem os aromas primários varietais de frutas e flores típicos do vinho. Não só o tipo da madeira, mas também o corte, o amadurecimento, a queima e até a lavagem, com água quente ou vapor, influem sobre os aromas que serão passados ao vinho.

Existem vários tipos de barris, nem tanto pelo tipo de madeira utilizada, já que praticamente todos os barris que se destinam ao afinamento do vinho são produzidos em carvalho, a diferença grande a faz o tamanho do barril.

O mais famoso barril do mundo, chamado barrique, tem capacidade de 225 litros e tem origem histórica em Bordeaux.

Vinho tinto maturando em barricas francesas - Vinicola Luis Argenta - Flores da Cunha - RS

Na Europa, nas regiões históricas de produção de vinho como o Piemonte, não é difícil encontrar barris de capacidade de 3.000 litros ou mais.

Vinho maturando em Botte grande - Barolo - Piemonte

No caso do barril grande a superfície do vinho em contato com a madeira é maior e maior também a troca de substâncias com a madeira, mas a relação físico-química entre um grande barril e um pequeno barril é de cerca de 3 por 1. Isto é, são necessários 3 anos de barril grande para se obter o bouquet de 1 ano de barril pequeno. Isto não quer dizer porém que o barril pequeno seja preferível ao barril grande.
Fica por conta da sabedoria do vinhateiro, com base na uva de que dispõem e da sua destinação enológica, dosar a madeira, escolhendo o tamanho do barril, a tipologia e o tempo de envelhecimento.

Todos os aspectos na construção de um barril afetam o gosto do vinho.

Os barris de madeira são muitíssimo usados para se fazer vinhos finos no mundo inteiro, apesar do pequeno tamanho, do tempo e do esforço necessários para enchê-los, esvaziá-los e limpá-los.
A madeira fornece taninos ao vinho, dando-lhe um caráter de baunilha cremosa. A exposição ao oxigênio no ar limitada pelos poros da madeira ajuda a maturar o vinho.
Sendo o vinho um ser vivo, ele passará para uma segunda fase, a do envelhecimento, após ser engarrafado. Praticamente, não existe mais contato com o oxigênio, mas o vinho experimentará outros processos químicos que farão com que seus aromas e sabores ganhem maior complexidade e riqueza. Nenhum conceito eqüivale ao termo francês vins de garde , vinhos que precisam ser guardados para atingirem seu potencial máximo de qualidade.
São, logicamente, vinhos de grande tradição e preços altos, que se justificam por sua longevidade.

Todos os vinhos a Denominação de Origem Controlada (DOC na Itália, AOC na França), tem sua produção regulamentada pôr um conjunto de regras reunidas no Disciplinar da Denominação que determina:

-          A região dentro da qual podem ser produzidos os vinhos em questão.
-          As cepas que entram em sua composição bem como a porcentagem de cada uma delas.
-          O grau alcóolico mínimo.
-          O tempo mínimo de envelhecimento necessário antes da comercialização.

A respeito desse último item nem sempre os disciplinares  fazem uma exigência especifica sobre quanto tempo determinado vinho deva permanecer afinando na madeira e quanto tempo envelhecer dentro da garrafa na adega do produtor; pôr isso o enólogo tem uma certa margem de manobra que permite escolher se poderá maturar todo seu vinho em barril grande, ou em barrique, ou apenas uma parte dele (antes de compor o blend final é comum os produtores afinar só determinada porcentagem de seus vinhos em barrique). Aí dependendo do caso o enólogo poderá optar para antecipar o engarrafamento ou atrasá-lo para conseguir o resultado almejado.

Garrafeira de vinhos antigos - Casa Valduga - Bento Gonçalves - RS

Esse trabalho representa o divisor de águas entre os produtores de vinho que buscam a qualidade e os que fazem apenas vinhos comerciais, com o mínimo das exigências legais atendida para poder ostentar no rotulo o nome da DOC que, via de regra, é sinônimo de qualidade.
Torna-se importante então conhecer um pouco da historia do produtor do vinho, mas quando isso não é possível vale lembrar que, geralmente, no comércio ninguém costuma dar nada, logo desconfiaremos de certas pechinchas que vez e outra aparecem.