sexta-feira, 29 de junho de 2012

NOTAS DE DEGUSTAÇÃO - FABIAN CARMENERE 2009

Não apenas no Chile existem exemplares de Carmenere; a vinícola Fabian, de Nova Pádua, na região dos Altos Montes, Serra Gaúcha, apresentou este exemplar da safra 2009, durante uma degustação para 20 sommeliers  FISAR em curso de especialização em vinhos e terroir do Brasil, na Escola de Gastronomia de Flores da Cunha. 


Características do vinho: varietal 100% Carmenere, safra 2009, estagio de 11 meses em barricas americanas, teor alcoólico de 12,7%. 


 Visual: tonalidade rubi muito intenso, aspecto de vinho jovem com bom potencial de guarda, limpo, sem defeitos. 


 Olfativo: qualidade boa, melhor a intensidade, destacam-se notas de frutas maduras, tostado, chocolate com especiarias como pimenta e noz moscada, aparecem traços vegetais, típicos do varietal quando não em completa maturação, mas nao destoam no conjunto, duração media, em resumo boa complexidade.


Gustativo: vinho de bom corpo, taninos presentes, a evoluir, bastante potente, boa intensidade, mineralidade presente, um vinho de guarda, com clara conotação gastronômica. 


Conclusões: um vinho encorpado, de taninos marcantes, a evoluir com o tempo na garrafa, belo no nariz, com certeza se beneficiara' de algum tempo de guarda, assim de integrar melhor os taninos ao restante do conjunto.

MOVI - O CHILE E O MOVIMENTO DOS INDEPENDENTES


MOVI – MOVIMENTO DE VINHATEIROS INDEPENDENTES

Não apenas de grandes corporações vive o Chile enológico, faz poucos anos surgiu um movimento que reúne um grupo de pequenos proprietários, em sua maioria enólogos com ampla experiência na industria tradicional de vinho do Chile, os quais resolveram tocar seus projetos pessoais; reunidos sob a a sigla MOVI, lançaram um manifesto defendendo a produção do vinho de autor, tomando as devidas distancias daquele modelo comercial de sucesso, mas muito conservador, do vinho chileno, aquele que eles definem de forma irreverente dos “homens de cinzas”, fazendo referimento a cor dos paletó dos executivos das corporações que pilotam o negocio do vinho a partir das torres comerciais de Santiago.

Bandeira deste jovens (pelo menos no espírito) produtores é uma produção voltada para diversidade, grande respeito pela tipicidade que procuram valorizar evidenciando as diferenças de terroir a terroir, valorizando o trabalho do pequeno produtor, o qual dedica suas energias à realização de um projeto de vida, representado pelo vinho que produz.

Este projeto e suas finalidades estão contidos na declaração elaborada pelos doze fundadores, em Junho de 2009, onde estão realçados o respeito pela vocação do território, a individualidade do vinho e do produtor, sem concessões de caráter comercial, buscando seu próprio  nicho de apreciadores, em vez de ceder as exigências do mercado globalizado, pelo contrario, valorizando a própria independência e a busca da excelência através da diversidade e da interpretação pessoal do que a  natureza oferece.

Um projeto sem duvida moderno e simpático, que conta com a adesão entusiasta e irreverente das bodegas associadas, todas com produção rigorosamente limitada, poucos milhares de garrafas / ano; participa do movimento um importante representante da enologia italiana, Francesco Marone Cinzano, proprietário da Tenuta Col d’Orcia em Montalcino que, no Vale do Maule deu vida a uma vinícola inovadora, em linha com MOVI, a Viña La Reserva de Caliboro, onde produz apenas dois vinhos, o tinto ERASMO, um corte bordalés que no ultimo Guia Descorchados arrematou 95 pontos na safra de 2007 e o ERASMO LATE HARVEST, de uvas Torrontel, cuja proposta é uma releitura do Vin Santo em chave andina, segundo a interpretação do enologo Maurizio Castelli, o mesmo da Col d’Orcia.

Para maiores informações a respeito do MOVI acesse www.movi.cl 

Este artigo foi publicado na revista italiana "Il Sommelier" edição de Mio / Junho 2012

HARMONIZANDO SOBREMESAS As histórias de dona Balu - Aprenda com o Chef - YouTube

Eduardo Frota conta detalhes da história da Dona Balu... Além de deliciosas receitas e dicas de harmonização com o sommellier Marco Ferrari. 


Eduardo fala um pouco da relação dele com a Dona Balu, sua mãe, além de seus trabalhos mundo a fora... E as influências que a mãe teve na decisão de sua carreira pelo mundo das artes. 
Exibido no dia 31.05.2012.




Aprenda com o Chef vai ao ar de terça a sexta, às 21h30, com reprise de quarta a sexta, às 11 da manhã e domingo, as 11h45 da manhã, na TV O POVO (Canal 48 | Net 23 | TV Show 11) ou nohttp://www.opovo.com.br/radiosetv/tvopovo/

As histórias de dona Balu - Aprenda com o Chef - YouTube:

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

HARMONIZANDO PÃO E VINHO - Aprenda com o Chef - Boutique de Pães - YouTube

Boutique de Pães - Aprenda com o Chef - YouTube: "O Aprenda com o Chef visita a Boutique de Pães, Rosmarino. O chef Karliano Pereira conversa com Fernando Barroso e ensina receitas de pães especiais. Neste programa você aprende a fazer um Pão de Alecrim.
Assista ainda às dicas de harmonização do sommelier Marco Ferrari

O Aprenda com o Chef vai ao ar de segunda a sexta, às 21h30, com reprises de quarta a sexta, às 10h45 da manhã e no domingo, as 11h45 da manhã, na TV O POVO Canal 48 | Net 23 | TV Show 11"

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quarta-feira, 27 de junho de 2012

HARMONIZANDO FILÉ ORIENTAL - Aprenda com o Chef - YouTube

O programa Aprenda com o Chef te ensina a fazer um delicioso Filé Orienta Grelhado. 
Fernando Barroso dá dicas para você aprender a fazer o prato em casa. 
E ainda tem as dicas de harmonização do sommellier Marco Ferrari.


Aprenda com o Chef, de segunda a sexta às 21h30 com reprise de quarta a sexta às 10h45 e no domingo às 11h45.

Filé Oriental Grelhado - Aprenda com o Chef - YouTube:

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terça-feira, 26 de junho de 2012

CURSO SOMMELIER INTERNACIONAL FISAR - Nova turma.

Como sempre faço questão de indicar o curso da FISAR, um dos poucos ministrados diretamente dentro de uma região produtora. Para os interessados é bom fazer a pré - inscrição, geralmente as vagas acabam rapidinho.


Curso Sommelier Internacional FISAR - Formação  Básica
de 27 Agosto a 1 de Setembro de 2012
Turma XXV


Inscrições
Até 20 de agosto de 2012

Aulas
De 27 de agosto a 1 de setembro de 2012 (segunda-feira a sábado)
Carga horária de 55 horas.

Sommelier Internacional (imersão completa de 6 dias)
O Curso Básico de Sommelier Internacional tem duração de 6 dias (imersão completa de manhã e à tarde). No final, o aluno presta um exame escrito e prático.
Se aprovado, o mesmo receberá o Certificado Básico de Sommelier Internacional.
Tornar-se Sommelier Internacional permite iniciar um programa de formação que levará o mesmo à qualificação de Sommelier Profissional (300 horas de aula).

Coordenação
Mauro Cingolani

Ministrante
Prof. Dr. Roberto Rabachino - Italia

Ministrante Técnico-CientíficoDr. Edgar Scortegagna - Brasil
Eng. Roberta Boscato - Brasil
 
Público-alvoEnoapaixonados; Profissionais no setor da restauração; operadores e profissionais de vendas do setor vitivinícola; enólogos; agrônomos; jornalistas e operadores da comunicação;

Objetivo
Formar profissionais no mundo da Sommellerie Internacional

Turmas / Seleção
Turmas de 24 alunos

Certificação
Certificado de qualificação profissional FISAR-Piemonte (Federação Italiana Sommelier) com UCS conforme a Lei italiana

LocalEscola de Gastronomia Universidade de Caxias do Sul - Av. da Vindima, 1000 - Flores da Cunha - RS

INFOhttp://www.ucs.br/site/ucs/extensao/escola_de_gastronomia/capacitacao/cursos/07


segunda-feira, 25 de junho de 2012

NOTAS DE DEGUSTAÇÃO - BUTTAFUOCO OLTREPÓ PAVESE D.O.C.

Vinho interessante e raro (no Brasil) é o Buttafuoco, da homônima Denominação de Origem Controlada. É um vinho produzido na região do Oltrepó Pavese, nas colinas que ficam entre as regiões do Piemonte, da Lombardia e da Emilia Romagna, antes que o Rio Pó desague na Pianura Padana, terra muito fértil, mas pouco adapta para o vinho de qualidade.


No Oltrepó Pavese a cultura da videira tem seu primeiro testemunho por volta do seculo I a.C., por menção do geografo grego Strabone, que atribui a esta região a invenção do barril, descrito como maior de uma habitação.


Vamos então ao nosso vinho, vejam as impressões de degustação:


Características do vinho: nome do vinho: Buttafuoco vigna Casa del Cornó, produtor: Fratelli Giorgi, corte de 60% Pinot Noir, 20% Croatina, 20% Cabernet Sauvignon, safra 2006, teor alcoólico 14,5%.


Visual: Rubi com reflexos granada, límpido, intenso, sem defeitos.


Olfativo: Bouquet amplo e rico de cereja madura, fruta vermelha no licor, terciário de especiarias, chocolate e leve tostado, álcool perceptível.


Gustativo: Vinho encorpado, taninos presentes porem não agressivos, enxuto, ataque um pouco quente ((14,5% de teor alcoólico!), vinho de longa persistência, pronto para beber.


Conclusões: Vinho de excelente personalidade, em terra de vinhos de qualidade mediana, podemos afirmar que este Buttafuoco nos surpreendeu favoravelmente, não tenho notícia se esta´a venda no Brasil.   

NOTAS DE DEGUSTAÇÃO - BOSCATO GRAN RESERVA CAB SAUVIGNON 2005

Da excelente safra de 2005 no Brasil ja' existem poucos vinhos disponíveis no comercio, o tinto de que falo hoje nao e' excepção, o produtor ja' nao tem nenhuma garrafa para vender, o vinho degustado foi apresentado pelo próprio Clovis Boscato, enólogo e diretor da vinícola, durante o curso avancado para sommelier FISAR, que aconteceu na semana passada na Escola de Gastronomia de Flores da Cunha.

Características do vinho: varietal 100% Cabernet Sauvignon, safra 2005, tipologia Gran Reserva, com importante estagio em barrica americana, teor alcoólico de 12,5%.

Visual: bela tonalidade rubi com reflexos granado, nao apresenta degrado na cor, de ótima intensidade, limpidez media, sem defeito.

Olfativo: nariz intenso, amplo, de boa complexidade e aromas nítidos; se sobressaem as especiarias, sobretudo cravo e canela, aparece em seguida a pimenta do reino, chocolate leve, tudo bem integrado com a fruta que lembra compota, em linha com a tipologia de vinho.

Gustativo: corpo médio, ataque doce em que se confirmam, por via retronasal, as notas de especiarias, sobretudo cravo e canela, com a compota de fruta, acidez nao invasiva, taninos macios e aveludados, boa intensidade, longo na boca.

Conclusões: um vinho pronto para beber, evoluído e macio, bastante equilibrado, de taninos suaves, um vinho indicado para quem gosta do estilo novo mundo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O VINHEDO CHILENO


O VINHEDO CHILENO

A ampelografia chilena é fortemente embasada nas variedades internacionais de origem francesa, trata-se de uma extensão de quase 120.000 hectares de superfície de vinhedos, dos quais 75% de uvas tintas e 25% de brancas; entre destes contamos pouco mais de 15.000 hectares de uva tinta País e manos de 10.000 hectares de brancas comuns, mantidos exclusivamente para a produção de Pisco.

Parreira de Cabernet Sauvignon enxertada em cavalo de Uva País - O. Fournier - Maule

Entre as tintas a mais plantada é a Cabernet Sauvignon, com mais de 50% de superfície ocupada, segue a Merlot, depois Carmenere, Syrah e Pinot Noir; já entre as brancas Sauvignon Blanc e Chardonnay disputam o primeiro lugar do ranking, com cerca de 30% de superfície ocupada, seguem Viognier e Riesling. São produzidos hoje cerca de 10 milhões de hectolitros, levando o Chile ao oitavo lugar do ranking da OIV, pouco acima de outro emergente do vinho de qualidade, a África do Sul.

Tarde ensolarada no vinhedo Max III - Viña Errazuriz - Aconcagua

O Chile é dividido em vales transversais que surgiram ao redor dos rios alimentados pelas águas de degelo da Cordilheira; de Norte a Sul os mais conhecidos são o Vale de Aconcagua, responsável por brancos e tintos refrescantes e gastronômicos, a nos fazer lembrar os vinhos franceses, o Vale de Casablanca, próximo ao Litoral, de clima frio, ideal para brancos e Pinot Noir, seguem os vales que formam a denominação genérica Vale Central, pela ordem, Maipo, Rapel, Curicó e Maule (onde aconteceu o terrível terremoto de 2010), terras de tintos potentes e estruturados, marcados pela fruta exuberante, para concluir os vales de Itata e Bio Bio, localizados na parte mais meridional.


PRODUÇÃO E COMERCIO

A maior parte da produção chilena é concentrada em grandes companhias, que possuem muitos hectares de vinhedos, espalhados entre os vários vales do país; no Chile é normal uma única vinícola produzir desde o vinho mais simples para grande distribuição, a partir de uvas colhidas mecanicamente, até o grande ícone da vitivinicultura de lá, acostumado com avaliações acima dos 90 pontos na critica internacional.

Um exemplo fácil é o da Concha y Toro que, do alto de seus mais de 4.500 hectares de propriedade produz desde o mais simples Reservado, até o Carmin de Peumo, Carmenere, vinho ícone deste varietal e responsável por ter mudado minha concepção a respeito dos vinhos produzidos a partir desta variedade.
Esta maneira de interpretar a vitivinicultura, com ênfase numa escala de produção comercial influenciada pelas corporações, em vez de uma evolução do trabalho do agricultor e pequeno produtor, o artesão do vinho (como aconteceu, por exemplo, na Borgonha ou no Piemonte, para citar exemplos ilustres), tem suas origens na redescoberta do vinho chileno, ocorrida cerca de trinta anos atrás e proporcionada por investimentos estrangeiros, de origem americana (Mondavi, por exemplo), mas também francesa (Chateau Mouton e Lafite possuem vinhedos e contam fortes parcerias com companhias chilenas); estes investimentos se justificam pelo elevado potencial de qualidade do terroir chileno e da necessidade comercial de enfrentar o mercado internacional com vinhos de custo mais acessível quando comparado aos californianos ou franceses.

O lado positivo disso tudo é que atualmente o Chile é reconhecido no mundo como um produtor confiável, com excelente relação qualidade x preço em todas as faixas de mercado e capaz de produzir algum “Top Wine”, de nível internacional, reconhecido pela critica, cuja performance contribui à fama, logo ao desempenho comercial da marca “Chile”. Evidente a vocação para exportação que hoje corresponde a mais de 65% das vendas chilenas, com forte presença no mercado anglo-saxão, onde o principal cliente, a Grã Bretanha, consome 20% do volume de vinho exportado pelo Chile; porcentagem que desce para 15% quando consideramos o valor (pouco mais de US$ 22,00 a cx c/12 gfs, um valor médio – baixo), o mesmo percentual dos Estados Unidos, que preferem vinhos um pouco mais caros, entorno de US$ 30,00 por cx c/12 gfs.

O artigo acima foi publicado na revista italiana "Il Sommelier" na edição de Maio / Junho 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

CHILE TERRA DE CONTRASTES E DE GRANDES VINHOS



GEOGRAFIA CLIMA E TERROIR

Visão do Aconcagua - lado chileno

Como em todos os países da America Latina, também no Chile a parreira chegou através dos conquistadores e dos missionários europeus, por volta do século XVI: desde então, até a segunda metade do século XX a videira arranjou-se como pode para sobreviver em ambientes nem sempre propícios e, nos últimos trinta anos, viu renascer sua importância e seu valor, ficando no centro das atenções.

O país que antes dos demais conseguiu dar a merecida visibilidade aos vinhos do Sul das Américas é, sem duvida, o Chile, seus vinhos são apreciados nos principais mercados internacionais, onde representam alternativas confiáveis e mais econômicas aos exemplares cada vez mais caros, de Califórnia e Austrália, com os quais dividem as prateleiras da grande distribuição pelo mundo afora. Ultimamente o Chile surpreendeu o mundo apresentando vinhos com excelente qualidade e tipicidade, tintos estruturados na maioria, com alguns brancos refrescantes e aromáticos.

Antes de tudo é bom dar uma olhada na geografia do Chile, país espremido entre a Cordilheira dos Andes ao Leste e o Oceano Pacifico a Oeste; ao Norte, na divisa com o Peru, temos o deserto do Atacama e ao Sul, a Terra do Fogo e a Antártida com suas geleiras, seus pinguins etc.

O desenvolvimento da vitivinicultura moderna no Chile é fruto da conscientização que as características climáticas, ou melhor, microclimáticas, precisam ser compreendidas e exploradas de forma consciente, no total respeito ao meio ambiente, na busca daquela qualidade que, tenho certeza, o potencial do terroir chileno, ainda guarda para os enófilos do mundo todo.

Vale de Casablanca

Alguns números: O Chile mede 4.270 Km de Norte a Sul e apenas 177 km em media de Leste a oeste, estes dados nos levam inevitavelmente a pensar nele em sentido longitudinal, mas a geografia do Chile é mais complexa do que pode aparecer a primeira vista.
Considerando as barreiras naturais que formam uma proteção entorno dos vinhedos chilenos, temos o deserto ao Norte e as geleiras ao Sul; ao Leste o Chile é protegido pelos picos da Cordilheira, com o Monte Aconcagua a erguer-se a quase 7.000 metros, enquanto pelo lado Oeste a barreira é formada pelo Oceano Pacifico, cujas águas sofrem a influencia da corrente de Humboldt, que a partir das águas geladas da Antártida, torna muito pouco atrativa a pratica do banho de mar; curioso observar que quando a corrente encontra o litoral, provoca nevoeiro e nuvens baixas, mas poucas chuvas, contribuindo assim a fazer do Atacama o deserto mais seco do mundo. Então temos aí o quadro completo de uma região peculiar, onde a parreira cresce e se desenvolve dentro de um Oasis, protegida por situações geográficas extremas, isoladas inclusive das pragas naturais que aterrorizam os vinhateiros do resto do mundo, como a terrível philoxera, que por aqui nunca apareceu.

Parreiras antigas de Cabernet Franc no Vale do Maule

Pode parecer um paradoxo, mas os 177 km de largura média do Chile, para o vinho de qualidade, pesam mais que os 4.000 e tantos de cumprimento deste país,; o que vale mesmo, caso a caso, é a proximidade dos vinhedos às frescas e úmidas brisas da Costa, onde as uvas brancas e o Pinot Noir dão o melhor de si, ou a localização nos vales do interior, de clima quente e ensolarado, terra dos grandes Cabernet, dos suculentos Syrah e do varietal exclusivo chileno, o Carmenere; chegando até as vertentes da Cordilheira, onde os vinhedos são plantados nas encostas de  insolação acentuada e elevada excursão térmica; aqui os vinhos assumem uma característica mais elegante, refrescante e gastronômica, ao estilo europeu, diferenciando-se daqueles típicos exemplares frutados e de alto teor alcoólico, que fazem o estilo “Novo Mundo”.

Alem disso sabemos quanto a geologia seja importante na qualidade dos vinhos, o fato que o Chile seja situado justamente sobre a união das placas tectônicas de Nazca e Sudamericana, faz desta terra uma área rica de solos de diferentes composições convivendo lado a lado, no espaço de poucos quilômetros, configurando vários terroir distintos entre si, possibilitando vinhos de tipicidade diferente, para a felicidade do enólogo que saiba interpretar sabiamente este presente da natureza.

O artigo acima foi publicado na revista italiana "Il Sommelier" na edição de Maio / Junho 2012.